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Tio de Kevin quis vender depoimento a favor de presos de Oruro




O drama dos 12 torcedores presos em Oruro há três meses ganhou um novo capítulo na semana passada. Reportagem publicada pela Revista Isto É mostra que o advogado e tio do garoto Kevin Beltrán Espada, morto no dia 20 de fevereiro, reconhece que os brasileiros são inocentes, mas pede dinheiro para que a denúncia seja retirada e o caso seja encerrado. A informação foi revelada após a divulgação de gravações da conversa do tio de Kevin com Sergio Marques, advogado que faz a defesa dos corintianos.
Estou consciente de que os 12 não são culpados – disse Jorge Ustarez Beltrán, tio de Kevin.
De acordo com a revista, houve dois encontros entre os advogados: um na praça principal de Oruro, outro em um restaurante da cidade. Jorge Beltrán atentou para o real fator que poderia facilitar a libertação dos corintianos: dinheiro.
O acordo proposto pelo advogado da família de Kevin teria as seguintes bases: Jorge Beltrán produziria uma petição na qual declararia a inocência dos 12 brasileiros presos. No mesmo documento, revelaria que o garoto estava de costas para o campo no momento do disparo do sinalizador que o atingiu. A única testemunha de acusação ouvida, um primo de Kevin que estava ao seu lado, assinaria o documento e ratificaria a inocência dos presos.
Dessa forma, a declaração abriria grande possibilidade de os corintianos serem libertados. Em compensação, o advogado Sergio Marques deveria levantar cerca de R$ 400 mil com as famílias dos corintianos e entregar a quantia à família de Kevin. Toda essa conversa foi gravada por Marques e revelada pela reportagem da revista.
Se não trabalharmos juntos, não iremos solucionar nem o problema da família de Kevin nem libertar os 12. Praticamente, o que propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Os familiares (do adolescente morto) buscam uma reparação material, civil, e isso poderia ser assumido pelo Corinthians – afirmou Jorge Beltrán na conversa.
Nesta segunda, os corintianos completam exatos três meses de cárcere em Oruro. Se as investigações continuarem no ritmo normal, a tendência é que os 12 torcedores fiquem pelo menos mais três meses presos. Em contato com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, Sergio Marques confirmou as gravações, mas não quis se pronunciar sobre o assunto.

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